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O BRINCAR NO PROCESSO PSICANALÍTICO INFANTIL

  • saudeclisam
  • 30 de nov. de 2014
  • 3 min de leitura

Quando se fala do histórico do atendimento psicanalítico de crianças, necessário se faz enfatizar o caso clínico do pequeno Hans (1908) de suma importância para Freud, pois lhe permitiu continuar suas teorias sobre o desenvolvimento da sexualidade infantil, estas teorias haviam sido inferidas da análise de adultos, o que proporcionava também o primeiro modelo para o trabalho analítico com as crianças. Contudo.

Anna Freud (1927) e Melainie Klein (1932) que tiveram o mérito de justificar o trabalho da psicanálise infantil, para o qual o próprio Freud tinha dúvidas, devido às limitações do discurso verbal da criança.

O brincar só é mencionado na obra de Freud no artigo de 1908 “O criador literário e a fantasia” nele, aparece o lugar da fantasia nos brinquedos das crianças, nos sonhos, nos devaneios e na criação artística. O brincar surge como a primeira manifestação da fantasia, precursora da atividade imaginativa.Assim, a realidade psíquica é construída pelos desejos inconscientes e pelas fantasias a eles vinculadas. Nessa perspectiva, a fantasia é um caminho de acesso aos desejos inconscientes.

Em 1920, Melanie Klein começou a analisar crianças e lançou nova luz sobre o desenvolvimento primitivo da criança na técnica de atendimento infantil. Ela surge com uma nova ferramenta de trabalho, “a técnica do brincar” (play technique). Baseada em Freud na observação do jogo do carretel, Klein percebeu que o brincar da criança poderia representar simbolicamente suas ansiedades e fantasias. Visto que não se pode exigir da criança pequena fazer associações livres. Dessa forma, o brincar da criança foi tratado por ela da mesma forma que as expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes.

O brincar da criança é diretamente proporcional à associação livre do adulto. Pois o brincar e jogar são formas básicas da comunicação infantil, com as quais as crianças inventam o mundo e elaboram seus aspectos internos e os impactos exercidos pelos outros (mundo externo).

As crianças jogam, brincam e desenham, não falam como os adultos, encontram no lúdico a forma preferencial de enunciar o que se encontra no registro do inconsciente. Assim, o jogo não é uma simples brincadeira. Ele tem uma dimensão ontológica e é fundante do sujeito.

A proposta do brincar, dentro do processo psicanalítico, visa propiciar a liberdade de expressão da criança. Assim, pedindo-lhe que fale sobre si mesma, da forma que puder, nós estaremos facilitando sua capacidade de expressão.

Sabe-se que em crianças pequenas, essa forma mental é extremamente restrita e que a transferência da criança se afirma pela ação, característica comum do comportamento infantil. “A brincadeira, se permitida, se estabelece como que naturalmente, tal como a fala do adulto angustiado”.

Na brincadeira, o objeto principal é representar o papel, “como se” no brincar não existissem regras definidas. No entanto, a ficção substitui a regra e desempenha a mesma função (regra).

Através do brincar (do jogo) a criança sente-se livre para experienciar tudo o que quiser, ela pode ser tudo e nesse faz de conta, sem compromisso e sem obrigações, ela imita a vida, o amor, as tristezas.

É justamente através do brincar que a criança se projeta e exprime seus conflitos, dificuldades e busca a felicidade.

“O brinquedo é o veículo de expressão mais importante da criança” a criança expressa suas fantasias, desejos e experiências reais de forma simbólica. Para se entender o brincar da criança, o analista deve observar seu comportamento durante a hora analítica. Tudo tem sentido: o que brinca, como brinca o que faz.

Cátia Cilene dos Santos Tenório Psicanalista

Psicopedagoga

Mestre em saúde Mental


 
 
 

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